Drauzio Varella e Globo falam sobre caso da trans após crime ser revelado

Uma ampla discussão tomou conta das redes sociais depois de ter sido revelado que o a detenta trans abraçada pelo Dr. Drauzio Varella estava presa por estuprar e matar uma criança de 9 anos. O médico se pronunciou sobre o assunto e explicou a sua versão.

O abraço em questão ganhou força nas redes sociais depois de uma reportagem exibida no Fantástico ter retratado, para muitos de forma romantizada, o dia a dia e o sofrimento de detentas trans. Em um trecho, a detenta Suzy se emociona ao falar da situação dela, pois não recebia visitas, nem mesmo da sua família, há vários anos.Ela começa a chorar e então Drauzio se aproxima dela e a abraça.

O momento virou um símbolo nas redes sociais, iniciando uma espécie de campanha altruísta que contemplava tanto a luta de pessoas trans, quanto luta pela ressocialização de presos.Entretanto, a cena mudou de tom quando foi revelado que a detenta Suzy havia sido condenada por estuprar e matar uma criança de 9 anos, informação que não foi veiculada em momento algum durante a transmissão da reportagem.

A revelação deu início a uma grande polarização: um grupo se sentiu lesado porque a reportagem omitiu essa informação, supostamente de propósito, para favorecer o tom melancólico criado. Já outro grupo relatou que não deveria haver distinção, pois tratava-se de um ser humano que também sofre,precisa de apoio e merece a chance de ser ressocializado.

Diante de tamanha repercussão Drauzio emitiu uma nota se posicionando sobre o assunto:

“Há mais de 30 anos, frequento presídios, onde trato da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada (1/3), não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz.”

No último Domingo, a equipe do programa comunicou que apoiava integralmente a postura de Drauzio, que estava ciente das críticas e que “os crimes das entrevistas não foram mencionados porque este não era o objetivo”.

Após o programa que exibiu a reportagem, várias cartas foram enviadas para a detenta Suzy e iniciou-se até uma campanha de arrecadação de dinheiro para ela. Depois da revelação do crime cometido, várias pessoas começaram a questionar a responsabilidade do programa diante das consequências que a omissão da informação gerou, pois pessoas enviaram cartas e dinheiro sem ter conhecimento do motivo para a condenação da detenta.O assunto continua em alta nas redes.

Da Redação do Acontece na Bahia.