Caso Miguel: Ex-patroa é indiciada por abandono de incapaz

Nesta quarta-feira (1), Sari Gaspar Corte Real, ex-patroa da mãe do menino Miguel, foi indiciada pela Polícia Civil por abandono de incapaz, que resultou na morte da criança, que prevê pena de 4 a 12 anos de prisão.

No dia 2 de junho, a primeira-dama de Tamandaré, que estava responsável por Miguel Otávio, liberou a porta do elevador, o que permitiu a sequência de fatos que resultou na queda, de uma altura de 35 metros num prédio de luxo, e morte do menino de 5 anos.

Sari afirmou, em depoimento prestado na última segunda-feira (29), que apenas simulou o acionamento. No entanto, o laudo pericial confirmou que o botão do elevador foi pressionado.

“Independentemente da ação de pressionar ou não, o que nós entendemos de relevante foi que aquela ação omissiva de permitir o fechamento da porta tem valor jurídico penal relevante para a responsabilização penal da investigada”, esclarece o delegado Ramon Teixeira, responsável pela investigação.

Após ouvir 21 pessoas no inquérito, o delegado concluiu pelo indiciamento por abandono de incapaz como resultado da morte. “Ela não fez o acompanhamento, ela própria admite isso. A isso, somados a outros elementos de prova, como o depoimento da manicure, de que a moradora retorna ao seu apartamento para retomada dos serviços de manicure, o tratamento e embelezamento de suas unhas. Frases consignadas nos autos de que não teria responsabilidade sobre a criança, que deixou a criança ir passear. Uma infinidade de elementos de convicção reunidos que nos fez considerar o dolo de abandonar”, disse o delegado.

Até então Sari, respondia em liberdade por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.