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Bolsonaro critica Alexandre de Moraes e diz que decisão foi política: ‘Quem manda sou eu’

Nesta quinta-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro classificou como “política” a decisão do ministro Alexandre de Moraes (STF) que, nesta quarta-feira (29), suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para o comando da Polícia Federal (PF).

“Estou chateado (com a decisão). Afinal de contas, (Alexandre Ramagem) está na Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Se não pode estar na PF, não pode estar na Abin. Uma decisão política. Respeito a Constituição e tudo tem um limite”, disse Bolsonaro, antes de embarcar para Porto Alegre (RS), onde participa de solenidade de troca da chefia no Comando Militar do Sul.

O presidente voltou a dizer que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, mas disse que o governo procura um novo nome para o comando da Polícia Federal.“A amizade não está prevista como uma daquelas cláusulas impeditivas para alguém tomar posse”, declarou. “É uma pessoa competente (Ramagem) segundo a própria Polícia Federal. E daí a relação de amizade? Ele fazia a minha segurança pessoal, só não dormia comigo”, disse Bolsonaro.

Bolsonaro também atacou Alexandre de Moraes ao cobrar “rapidez” no julgamento da decisão liminar no plenário do Supremo e disse que o ministro entrou no STF “por amizade” com o então presidente Michel Temer.“Espero, no mínimo, do senhor Alexandre de Moraes rapidez (para julgar em plenário). Como é que o senhor Alexandre foi para o Supremo? Amizade com Michel Temer. Ou não foi?”, disse o presidente, em alusão à indicação de Moraes ao STF, feita em 2017, pelo então presidente.

“Tirar numa canetada e desautorizar o presidente falando em impessoalidade? Ontem, quase tivemos uma crise institucional. Faltou pouco. Apelo a todos que respeitem a Constituição”, disse o presidente. “Não engoli essa decisão de Alexandre de Moraes. Essa não é a forma de se tratar o chefe do Executivo, que não tem uma acusação de corrupção”, afirmou Bolsonaro.

“Essa decisão do senhor Alexandre falta o complemento no meu entender. Para mostrar que não é uma coisa voltada para o senhor Jair Bolsonaro. Falta ele decidir se Ramagem pode ou não continuar na Abin. Se ele não se posicionar, ele está abrindo guarda para eu nomear Ramagem independente da liminar dele, é isso o que não queremos. O respeito tem que ser de dupla mão entre os poderes”, declarou o presidente.

“O ônus da prova cabe a quem acusa. Nenhum superintendente foi trocado, sugeri duas (trocas), mas ele não concordou. Ele queria ser o dono de tudo. Não aceitava qualquer sugestão.

O ego falou mais alto a vida toda dele”, disse Bolsonaro.O presidente elogiou o trabalho de Sergio Moro como juiz na primeira instância da Operação Lava Jato, mas acusou Moro de “privilegiar” pessoas do Paraná para integrar cargos no Ministério da Justiça.

“Foi um excelente juiz na Lava Jato, mas como ministro deixou a desejar. Até ficou privilegiando o pessoal do Paraná, sem querer desmerecer o pessoal do Paraná”, disse Bolsonaro.