Bahia está entre estados com casos da doença que não tem remédio: “Tem relação com o consumo de peixes”

O aparecimento de uma doença virou motivo de preocupação para as autoridades e está sendo discutido nesta sexta-feira (27). Poucas pessoas imaginaram que, por conta de uma refeição, acabariam com uma doença raríssima.

Os números da chamada “doença da urina preta” geraram preocupação nas últimas semanas. Mesmo não sendo numericamente alarmantes, esses dados preocupam por conta da raridade dessa doença, que é formalmente denominada como síndrome de Haff, pode levar à internação e não que tem nenhum remédio específico para o seu tratamento. As cidades baianas de Alagoinhas, Simões Filho, Maraú, Mata de São Jorge e Salvador somam 6 casos, enquanto apenas Itacoatiara, no Amazonas, já somam 19. Mas afinal, de onde vem essa doença?

Essa síndrome está associada ao consumo de peixes e crustáceos, geralmente de água doce, que foram mal conservados. De acordo com a infectologista Ana Senni Rodrigues:

“É uma doença bem rara, e é causada por uma toxina presente nos peixes e crustáceos. Essa toxina causa uma lesão nos músculos, chamada de rabdomiólise. Essa lesão libera a proteína mioglobina, que cai na corrente sanguínea e sobrecarga os rins[…]A toxina acomete principalmente o sistema muscular e com isso acarreta o comprometimento do rim. A urina fica escura por conta da proteína chamada mioglobina que temos no músculo, ela tem tipo sangue mesmo, como componente da hemoglobina, e por isso que vai ficando escura”.

Além disso, a especialista pontuou que não há nenhum remédio específico para neutralizar a toxina: “Não tem um tratamento específico, então o paciente é tratado a partir da dor e do problema que apresenta. Se está com o rim alterado, vai tratar com hemodiálise, hidratar. Se está com dor muscular, vai cuidar da dor.”

Ainda no ano passado, só na Bahia, foram registrados 40 casos da doença, o que levantou um alerta na época. Diante dos novos casos, recomenda-se sempre que o consumidor procure peixes e crustáceos de boa procedência e sempre muito bem acondicionados.

Da Redação do Acontece na Bahia