Aos 20 anos, grávida de 7 meses morre enquanto aguardava leito de UTI: “Fizemos de tudo”, diz médica

Uma notícia triste tem sido destaque nas redes sociais nesta segunda-feira (5). A jovem Mikaely Karoline Souza, de 20 anos, morreu vítima de covid-19 enquanto aguardava por um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).Mikaely estava grávida de sete meses e aguardava há quatro dias pela transferência que não chegou a acontecer apesar de todo esforço dos profissionais envolvidos. Uma médica responsável pelos cuidados de Mikaely disse que o possível foi feito para tentar salvar a vida da jovem. O bebê também não resistiu. 

O estado de saúde de Mikaely  necessitava de internação em leito de UTI. Uma solicitação foi feita para o Hospital Regional que não tinha vagas. A secretaria de Saúde do município informou que houve solicitação de vagas em outras unidades de saúde até mesmo fora de Mato Grosso, mas sem sucesso. 

A Jovem necessitava além de uma UTI adulto, de uma UTI neonatal, mas não houve nenhuma vaga em aberto de acordo com a médica que preferiu não se identificar. 

“Havia uma vaga. Foi quando a paciente começou a ter uma desestabilização. Ficamos em cima dela por duas horas, mas não tínhamos força nem de pedir para parar [de tentar salvá-la]. Fizemos de tudo”, desabafou a profissional.  

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde a jovem estava internada não tinha estrutura suficiente para Mikaely e seu bebê. 

“Às vezes, vemos a família colocando pressão, dizendo: ‘Ele [o paciente] é o amor da minha vida’. Não deixamos, e não vemos a nossa família todos os dias. Enquanto eles têm um, temos 30, 40, 50 pacientes como um todo. Só nós sabemos o que estamos vivendo e vendo. Teve a crise do ano passado, e não se compara com o que estamos vivendo hoje”, lamentou a médica. 

De acordo com informações oficiais divulgadas nesse sábado (3), a fila de espera por leitos de UTI no estado é de 198 pessoas. Com o objetivo de conseguir uma vaga em leito de UTI, a família de Mikaely entrou com ação judicial para que a jovem pudesse ser atendida. Apesar de todo o empenho, a transferência não foi possível por falta de vaga disponível. 

Da Redação do Acontece na Bahia