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‘Amava o que fazia’, diz mãe de bombeira morta durante combate a incêndio no DF

O velório da soldado do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal Marizelli Armelinda Dias, de 31 anos, reuniu uma multidão de colegas na tarde desta segunda-feira (16). O corpo dela foi enterrado por volta das 17h30 no cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga.

As homenagens ocorreram no 2º Grupamento de Bombeiros Militar, em Taguatinga, onde a militar atuava. No domingo (15), ela morreu após ser atingida por uma árvore e um fio de alta tensão durante ocorrência de combate a incêndio na região.

A mãe de Marizelli, Conceição Aparecida Dias, afirmou que a filha realizava um sonho ao trabalhar no Corpo de Bombeiros.

“Era uma menina que lutava muito. Ela foi feliz e amava o que fazia. Sinto, mas fico ao mesmo tempo alegre que ela realizou o sonho. E era meu sonho também.”

No velório, colegas relembraram a personalidade de Marizelli e cantaram um grito de guerra escrito por ela. Em discurso, uma amiga disse que a soldado era “querida, sorridente e empolgada com a profissão”.

Autoridades

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do DF, Carlos Emilson Ferreira dos Santos, também discursou, assim como o governador Ibaneis Rocha (MDB), que esteve no local. O chefe do Governo do DF decretou luto oficial de três dias pela morte da bombeira.

Por volta das 16h30, o corpo de Marizelli saiu do quartel em direção ao cemitério, para o sepultamento. Antes do enterro, aeronaves do Corpo de Bombeiros lançaram pétalas de flores na área.

‘Trazia alegria’
Marizelli estava no Corpo de Bombeiros há um ano e dois meses. Ela era divorciada e deixa dois filhos.

Ao G1, a colega da militar Josiane Oliveira da Silva contou que Marizelli “estava sempre sorrindo” e contagiava o pelotão com alegria.

“Ela trazia uma leveza ao ambiente militar, que é muito difícil e estressante. Amava cantar, tinha uma voz linda, então, quando estávamos cansados e desanimados, ela cantava canções militares”.
Investigação do acidente
O acidente que provocou a morte da soldado ocorreu por volta das 7h30 deste domingo (15). Marizelli arrastava uma mangueira de água de volta para o carro dos bombeiros no momento em que foi atingida por um galho de eucalipto, que também derrubou em cima da militar a rede de energia.

Com o impacto, ela sofreu fraturas no ombro e no fêmur. Os fios de alta-tensão liberaram uma descarga elétrica de 13.400 volts. A militar sofreu sucessivas paradas cardiorrespiratórias. O atendimento no HRC levou mais de nove horas. Contudo, ela não resistiu.

As perícias da Polícia Civil e de incêndio florestal do Corpo de Bombeiros vão analisar o local onde a soldado foi atingida. Inicialmente, a corporação considera o acidente uma “fatalidade”.

Queimadas no DF

Nesta década, 140 mil hectares de Cerrado foram queimados no Distrito Federal em incêndios florestais. O número é equivalente a 25% da área total da capital.

(Fonte: G1)