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‘A gente é preto, mas é empresário’, desabafa mulher de DJ retirada de banco pela polícia

Mulher do DJ Rennan da Penha, Lorenna Vieira desabafou em suas redes sociais, nesta quinta-feira (30), por ter sido levada a uma delegacia no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, logo depois de tentar fazer uma movimentação financeira em uma agência bancária. As informações são do jornal O Dia.

Ela publicou vídeos e textos nas redes sociais relatando o episódio de preconceito, o qual associou ao fato de ser negra. Segundo ela, funcionários desconfiaram da foto de sua identidade e acionaram a polícia alegando fraude.

“(Os policiais) viram tudo e não encontraram nada e me liberaram. Os três policiais que foram atrás de mim e que falaram coisas que me machucaram são brancos. Não tem outra explicação que não o preconceito. Perguntaram se já fui presa, se tinha passagem. Passei por essa situação horrorosa, estou com dor de cabeça e com vontade de vomitar. Por que eu não posso receber bem? Por que não posso ter dinheiro?”, comentou ela, que prometeu entrar com um processo na justiça.

Ainda na porta da delegacia, ela explicou como a situação se desenrolou até chegar ali. “Estou aqui em frente à 22ª DP. Me liberaram quase agora. Estava resolvendo minhas coisas lá com a pessoa que trabalha comigo na minha empresa. Fiquei esperando e não entendia a demora. Chamaram a polícia, me tiraram de lá, aquela vergonha toda e falaram que não era eu na identidade. Falaram que o dinheiro que estava entrando não era normal. Então talvez não possa não ter dinheiro, não possa ter nada? (…) Vou processar quem eu tiver que processar. Ficaram fazendo perguntas como ‘você é o quê do Rennan da Penha?’ Não entendi o porquê das perguntas sobre o Rennan”, disse.

Rennan é o criador do famoso (e extinto) Baile da Gaiola, e chegou a ser condenado a mais de seis anos de prisão, na segunda instância, por associação ao tráfico. No entanto, ele conseguiu liberdade em novembro do ano passado. A prisão dele era considerada polêmica, já que Rennan havia sido absolvido na primeira instância.

“Não posso ter dinheiro por ser mulher de ex-presidiário? A gente é preto, é humilde, mas é empresário, sim, geramos empregos”, complementou.

Em nota, o banco Itaú lamentou o ocorrido. “O Itaú Unibanco se desculpa pelos transtornos causados a Lorenna Vieira nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, e vem tentando contato com ela para resolver a situação”, diz no texto. 

Segundo o banco, o procedimento adotado na agência é padrão em casos de suspeita de fraude, “e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero”.

“O objetivo era proteger os recursos de Lorenna de possível fraude, uma vez que já havia um bloqueio preventivo de sua conta corrente e era difícil identificá-la com o documento apresentado no caixa. O Itaú Unibanco acredita que toda forma de discriminação racial deve ser combatida”, completou o banco, em nota. 

Procurada, a Polícia Civil ainda não se posicionou sobre o caso.

(Fonte: Correio24hrs)